domingo, 10 de maio de 2009

O QUE MUDOU NA WEB 2.0

Eu, você, o seu vizinho. Todas as pessoas que com maior ou menor sucesso conseguimos “furar” a barreira digital. Nós somos a grande diferença entre a Web 1.0 e a 2.0. Tomamos a Web de assalto e decidimos fazer dela nossa ferramenta. De comunicação, de entretenimento, de relação. Mudamos a linguagem, o objetivo e o olhar daqueles que a comandam. Hoje, um grande número de editores Web apenas criam as plataformas e nós, os usuários, os conteúdos. E graças a isso, fomos capa da revista Time em 2006 como os “personagens do ano”. Nós, os usuários da Web.

A Web que nos permitiu esse avanço foi denominada por primeira vez por Tim O´Reily - fundador e presidente da O'Reilly Media - de “Web 2.0”. Uma Web 1.0 melhorada. Onde nós passamos de espectadores a protagonistas. Protagonistas da revolução da abertura. Especialmente dos softwares de código aberto que nos permitem controle e flexibilidade de muitos sites que utilizamos e que são, em grande número, fontes de conteúdos e de funcionalidade. E funcionalidade significa também facilidade.
Isso explica porque algumas propostas têm sucesso enquanto outras fracassam no cyberespaço. Nós queremos acessibilidade. Até podemos criticar o My Space (especialmente se não somos da geração na qual o mouse foi um dos primeiros brinquedos), mas aplaudimos a sua facilidade em manter o fluxo de informação constante. Nos possibilita não só criar, mas também distribuir o conteúdo que achamos válido.

Somos parte de uma conversa. E não mais apenas expectadores. Nos seus inícios, em 1969, a Web era apenas uma simples intercomunicação para a transferência de textos e informações entre órgãos militares ou algumas universidades. Na versão 1.0, a Web se converteu em um servidor estático de conhecimento e de acesso limitado. Eram as páginas criadas a partir do código html de complexa atualização e com pouca – ou nenhuma – interação com os usuários.

Apesar de suas limitações vale a pena reinvindicá-la. Foi graças a essas limitações que foram experimentadas novas formas de “dialogar” com as audiências, proporcionando experiências válidas para a construção da Web 2.0.

Esses avanços experimentados nos últimos anos nos permitem afirmar que a maneira de tratar a informação nunca mais será a mesma. Nós, os usuários da Web, conseguimos mudar o discurso dos meios de comunicação. E até a maneira de ver e tratar a informação que recebemos.

Cada história conta cada vez mais com um maior espectro de versões. Muitas delas geradas pelos próprios usuários dos meios de comunicação. Essa informação é cada vez mais universal e ao mesmo tempo mais pessoal. Hoje, a enciclopédia que muitos usam, Wikipedia, ajudamos a escrevê-la. O vídeo que vemos on-line pode ter como protagonista nosso vizinho e Hollywood deixou de ser a única fábrica de estrelas. Agora nós temos um poder cada vez maior para decidir quem desfrutará dos 15 minutos “andywarholianos” de fama (que com a rapidez da Web, esses minutos são cada vez menos, porém está aumentando o número daqueles que poderão desfrutá-los).

É uma revolução. E um bom resumo daquilo que a compõe foi publicado pela Technology Review del MIT que argumentava: “o termo web 2.0 se refere a três coisas: novos mecanismos de relação e comunicação entre as pessoas utilizando as tecnologias das redes sociais (com serviços como MySpace, YouTube, Digg ou Wikipedia), a utilização de padrões web para a criação de serviços distribuídos pela Internet (leia-se “mashups” como Housing Maps, um serviço imobiliário que combina dados próprios com mapas de Google Maps) e a melhora nas interfaces das páginas web até chegar a imitar, quase à perfeição, a experiência do usuário das aplicações clássicas que se executam em um computador”.

Ou como diria Thomas L. Friedman no seu livro “O mundo é plano”, “neste novo cenário as possibilidades individuais são infinitas”.

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